Hoje eu voei.
Passei por nuvens e nuvens, e em cada intervalo de suas camadas hierárquicas, eu via o sol. Não era amarelo. Nem dourado. Era o seu mais forte alaranjado.
Não estava nascendo. Nem morria. Apenas adormecia. Estava indo se pôr.
Eu não voei. Nunca dei conta.
Eu caia. Lentamente. Mas caia.
Sentia uma imensa alegria, que me acalmava. Sentia muita paixão, que me esquentava. Sentia tanta paz, que flutuava.
A única, e precária, preocupação que me surgiu foi: vou cair, vai machucar, vou cair!
Mas, como se alguém, muito forte e poderoso (e gentil), tivesse me escutado. Fez-me flutuar ainda mais. Lentamente. Encostei meus pés, gradativamente, à uma grama limpa, molhada, verde e macia.
Quando dei-me por ciente, estava sentada num campo enorme cheio de pessoas, calmas e felizes.
Eu estive no paraíso.
Eu andei, encontrei pessoas conhecidas, eu sorria e enfim... estava feliz.
Tão feliz. Assim. Como geralmente sou.
Mas a grande diferença é que não estou no paraíso. Estou repreendida.
Mas ainda sou feliz.
Quando posso.
Essa força (ou alguém) extremamente poderoso no qual eu citei, me permitiu, uma vaga despedida.
Olhei para o portal que separava o paraíso do mundo em que vivo. E não dei tchau, dei um sorriso.
Quem sabe assim, ele me atrai de volta?
E que esses sonhos límpidos e felizes, não sejam só raridade.
Quero voltar lá, todos os dias.
Quero voar. Não. Quero CAIR.
=)
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