- O que você sente?
- Não sei falar.
- Como posso te ajudar?
-Vamos brincar?
Começa assim:
Desenhe em sua mente, com um lápis preto e grosso, uma bonequinha. Detalhe: Use somente retas e não faça sua cabeça.
Bem, esta sou eu.
Tecnicamente não sou desse jeito, sou branca, larga, baixa etc etc. Mas vamos fingir.
Então, pegue um lápis preto e fino desta vez. E desenhe só metade do círculo que formará a cabeça (formando um 'C'), logo, complete a outra metade com tracinhos pontilhados. Já?
Certo, tudo certo até aí.
Próximo passo: desenhe um coração da mesma forma que o senhor desenhou a cabeça: um lado contínuo e outro pontilhado.
Eu deixo o senhor desenrolar meus cachos castanhos, e meus olhos também castanhos.
Minha boca e meu nariz gigante.
Bem, esta sim sou eu.
Sabe toda essa parte pontilhada?
Eu posso explicar... são momentos de perda.
- De dinheiro?
-Aguarde o resto do raciocínio... Mantenha somente o desenho em sua mente, viu?!
Continuando...
Perda de sentido. Perco a visão, o tato, o paladar, a audição, o olfato... todos os sentidos. O sentido. Isso, perco o sentido.
Surge um sentimento dentro do meu estômago que imprensa todos meus órgãos para fora. A pressão é tão grande que chega até o coração.
É como se eu tivesse que (desculpe o termo) defecar tudo que há dentro de mim.
Eu tento identificar que sentimento é esse. E os que mais se assemelham são: impaciência, intolerância, pavio curto, chatice.
Posso até diagnosticar: é uma TPM.
Mas a maneira repentina no qual ele se proliferou dentro de mim é absurda.
Aí que entra o pontilhado.. Explico: na verdade eu sou um pontinho azul-marinho-ultra-escuro, que percorre esse percurso.
Esse mesmo que o senhor desenhou.
Eu subo pela reta que indica as pernas, vou subindo, chego no coração e vou contornando-o.
Mas quando chego aos pontilhados. Fico surda, cega e muda. Perco o sentido.
As vezes o que me tira de lá, é um carinho. Ou um abraço. Quem sabe um sorriso. Mas as vezes o rémedio infalível, é o famoso TEMPO. Ele também me ajuda.
E quando eu me vejo sem acesso ao tempo, esse sentimento se triplica por segundo.
Imaginou o estrago?
Então. Tempo! Viu?
- Então compre um relógio.
- Posso continuar? Estou pagando por isso.
- Desculpe, queria vê-la rir.
- Ah, deixa eu explicar mais uma coisa:
os pontilhados da cabeça quer dizer que geralmente acontece quando estou com dificuldades de entender/ser entendida. E os do coração diz respeito à qualquer assunto do mesmo.
Enfim, doutor o que eu tenho?
- Não sei falar.
- Como posso te ajudar?
-Vamos brincar?
Começa assim:
Desenhe em sua mente, com um lápis preto e grosso, uma bonequinha. Detalhe: Use somente retas e não faça sua cabeça.
Bem, esta sou eu.
Tecnicamente não sou desse jeito, sou branca, larga, baixa etc etc. Mas vamos fingir.
Então, pegue um lápis preto e fino desta vez. E desenhe só metade do círculo que formará a cabeça (formando um 'C'), logo, complete a outra metade com tracinhos pontilhados. Já?
Certo, tudo certo até aí.
Próximo passo: desenhe um coração da mesma forma que o senhor desenhou a cabeça: um lado contínuo e outro pontilhado.
Eu deixo o senhor desenrolar meus cachos castanhos, e meus olhos também castanhos.
Minha boca e meu nariz gigante.
Bem, esta sim sou eu.
Sabe toda essa parte pontilhada?
Eu posso explicar... são momentos de perda.
- De dinheiro?
-Aguarde o resto do raciocínio... Mantenha somente o desenho em sua mente, viu?!
Continuando...
Perda de sentido. Perco a visão, o tato, o paladar, a audição, o olfato... todos os sentidos. O sentido. Isso, perco o sentido.
Surge um sentimento dentro do meu estômago que imprensa todos meus órgãos para fora. A pressão é tão grande que chega até o coração.
É como se eu tivesse que (desculpe o termo) defecar tudo que há dentro de mim.
Eu tento identificar que sentimento é esse. E os que mais se assemelham são: impaciência, intolerância, pavio curto, chatice.
Posso até diagnosticar: é uma TPM.
Mas a maneira repentina no qual ele se proliferou dentro de mim é absurda.
Aí que entra o pontilhado.. Explico: na verdade eu sou um pontinho azul-marinho-ultra-escuro, que percorre esse percurso.
Esse mesmo que o senhor desenhou.
Eu subo pela reta que indica as pernas, vou subindo, chego no coração e vou contornando-o.
Mas quando chego aos pontilhados. Fico surda, cega e muda. Perco o sentido.
As vezes o que me tira de lá, é um carinho. Ou um abraço. Quem sabe um sorriso. Mas as vezes o rémedio infalível, é o famoso TEMPO. Ele também me ajuda.
E quando eu me vejo sem acesso ao tempo, esse sentimento se triplica por segundo.
Imaginou o estrago?
Então. Tempo! Viu?
- Então compre um relógio.
- Posso continuar? Estou pagando por isso.
- Desculpe, queria vê-la rir.
- Ah, deixa eu explicar mais uma coisa:
os pontilhados da cabeça quer dizer que geralmente acontece quando estou com dificuldades de entender/ser entendida. E os do coração diz respeito à qualquer assunto do mesmo.
Enfim, doutor o que eu tenho?
