Essa festa foi memorável, tudo que acontecera lá, perpetuaria por dias, semanas, meses... Nove meses! "Grávida? - tenta a sorte de ter entendido errado - tem certeza?" Com uma reação facial da doce mistura de decepção com preocupação, começa a olhar para todos os lados, em busca de um penhasco sem fundo ou uma fogueira gigante, com o único desejo de que seja apenas um sonho.
Mas, essa má reação, não se compara ao arrependimento que se disseminava nas veias daquela “futura mamãe”. E, por mais que esse “futuro papai”, não quisesse acreditar no que aquele palitinho de plástico com cheiro de urina, apontava, “Precisamos comprar outro teste desses, existe a probabilidade de erro, não existe? Vamos lá agora? – esboçava um comportamento extremamente à base da esperança”, e mesmo que tivesse algum erro, “Esse é o sétimo teste que faço, Diogo. É isso mesmo, estou grávida, você será pai!”.Por mais que não tivesse empregado, uma única palavra ofensiva, em sua fala, Marisa acertou uma enorme lança de chumbo, no meio do coração dele.
“Marisa, você sabe que somos apenas namorados, não temos muito compromisso, eu não tenho condições de...” e antes que começasse a relembra-la do grande “pé-rapado” com quem estava namorando, Mari se entrega ao choro... Sem ar, sem força e sem namorado. “Diogo, some daqui. Desaparece! – expulsa o pai biológico do feto sem pai”
“Você não imagina como eu estou, Marisa, tenta entender, você conhece meus pais, eles vão me matar! – alega em autodefesa.” Mas cá pra nós, essa mistura de sentimentos, destrutivos, mudam os seres humanos, e o “fofinho do Diogo” se transforma, naturalmente, no “bundão do Diogo” e a “santinha da Marisa” encarna, rapidamente, o papel de “super mãe”. E tudo que viesse da boca do Diogo, que não tivesse relação com as seguintes palavras: vou, te, ajudar, nessa, bronca, que, nos, metemos, juntos... Marisa estava rejeitando.
“Quem não imagina aqui é você, Diogo. Você é louco? Tenta me entender, vou ser bem clara: vou ter um filho seu, uma criança vai nascer...” E antes mesmo que pudesse filosofar o ciclo da vida, uma ideia insana invade a mente psicótica do Diogo, “É isso! Pronto! Já sei o que faremos, Mari meu amor... A criança não vai nascer... Se é que me entende.”
E por mais que tivesse entendido, Mari precisava ouvir e Diogo queria explicar, “Vamos abortar! – claro, curto e grosso” e o que a igreja de Mari sempre empurrou “guela-a-baixo”, parecia uma possibilidade, e todas as fotos de fetos deformados, ensanguentados e abandonados, que Diogo compartilhou em seu facebook, já começava a fazer parte de um, incontrolável, desejo. “Aborto? – Mari indaga, sem reação alguma.”
Ambos, se sentaram no sofá, respiraram juntos, trocaram olhares e carinhos, enquanto Diogo tentava convence-la com um olhar de “é, ninguém vai saber”, e Mari, pensava mil coisas ao mesmo tempo, retribuindo o olhar com algo do tipo “será?”.
Fazendo uma análise rápida, Mari, tentou projetar como seria a vida daquela criança. Um pai vagabundo, que abandonou os estudos, é operador de caixa do mercadinho Preço Bom, funcionário do seu próprio pai, um velho hipertenso que gasta fortunas com remédios, e economiza tanto, que a velha só pode fazer compras se for no mercadinho deles, e uma mãe que foi criada pelo padastro, porque o pai morreu cedo, a mãe morreu logo depois do segundo casamento, faz faculdade de administração, para possivelmente trabalhar no mercadinho Preço Bom, trabalha durante a tarde como manicure e pedicure, e pela parte da noite gasta todo seu sono, cuidando do velho babão e paralítico que seu padastro se tornou. Sinceramente? “Acho que, realmente, essa é a melhor saída. – concorda com o ex-futuro-papai-bundão.”
Mari, apesar de não parecer, sempre foi muito esperta, já tinha até preparado seu discurso, para quando contasse para sua melhor amiga, a única pessoa que saberia de toda história: e você, faria o que?!
Diogo se responsabilizou, prontamente, em pesquisar (no google), os modos e opções que nosso país, politicamente correto, oferece. E, para a felicidade de ambos, tudo se tornava mais “prático”, pelo fato da decisão ter sido precipitada. Mari, bloqueou completamente, todo e qualquer esboço de afeição pelo “erro”, como chamava, que estava em seu jovem útero. Diogo, não precisou tanto, sua masculinidade e preocupação de como seus pais reagiriam, já cortou qualquer vínculo que viesse a sentir.“Olha que beleza, Mari meu amor, a gente nem vai gastar tanto! Encontrei uma receita, no Yahoo Answers, que dizem que é in-fa-lí-vel! – comemora pela primeira vez, dentre as últimas duas horas...” E com uma necessidade, irreprimível, Mari pratica o sarcasmo com gosto “A gente? Não existe mais ‘a gente’, desde o momento que eu te expulsei dessa casa, Diogo. Você que 'não vai gastar tanto', depois desse aborto, vou te abortar também da minha vida...” Sobressai, obviamente, com classe.
Pena que essa atitude, tão bem calculada, surtiu efeito colateral, e da mesma mente que sai a hipótese de um aborto, também saiu a opção de esconder quais são os riscos, possíveis e prováveis, para a mãe, na prática do aborto. E, depois do ataque aos sinceros sentimentos do Diogo, o contra-ataque veio. “Vou comprar os ingredientes, Mari, e vou prepará-lo em forma de chá, para você tomar, pode ser? – dá incio ao contra-ataque.”
E o status do relacionamento de Diogo e Marisa, passou de “namorando” para “duelo mortal”. Mari, foi curtir seus últimos momentos como mamãe, tomando um longo e poderoso banho revitalizante, enquanto Diogo, no seu papel de pai, comprava ervas e venenos, no lugar de fraldas.
Na noite, daquele mesmo dia, Diogo se prontificou a preparar aquele chá-da-morte. Como mencionei, era a vez de Diogo contra atacar, e como bom, psicopata que demonstra ser, muda as dosagens indicadas no site, com intenção de, literalmente “matar dois coelhos com uma cajadada só”. Inconsequente. Vagabundo, bundão e inconsequente. Apesar de metido a psicopata, Diogo nunca planejou ver a ex-namorada morta. Era apenas uma necessidade, humana, de revanche. Vingança pura. “Mari meu am... Mari! Seu chá está pronto! – convida as vítimas para um atípico chá-da-tarde.”
Depois de horas no banho, preparando-se mentalmente para o tão desejado aborto, Marisa senta-se à ponta da mesa, olha para aquele estranho líquido, que nem de longe assemelha-se à um chá, e começa a inalar aquele odor estranho, que permutava com a fumaça, que exalava.“Não tinha outra receita menos fedorenta, não? Ou algo mais sólido, um remédio talvez? Só tem essa porcaria aqui? – esboça um novo ataque de sarcasmo” Diogo, com suas péssimas intenções com o líquido mortal, não daria chance ao acaso, “Toma logo isso Marisa! Vamos acabar com isso de uma vez por todas. – encoraja as vítimas.”
“ - Adoro essa música, vamos dançar? – Marisa.
Mas, essa má reação, não se compara ao arrependimento que se disseminava nas veias daquela “futura mamãe”. E, por mais que esse “futuro papai”, não quisesse acreditar no que aquele palitinho de plástico com cheiro de urina, apontava, “Precisamos comprar outro teste desses, existe a probabilidade de erro, não existe? Vamos lá agora? – esboçava um comportamento extremamente à base da esperança”, e mesmo que tivesse algum erro, “Esse é o sétimo teste que faço, Diogo. É isso mesmo, estou grávida, você será pai!”.Por mais que não tivesse empregado, uma única palavra ofensiva, em sua fala, Marisa acertou uma enorme lança de chumbo, no meio do coração dele.
“Marisa, você sabe que somos apenas namorados, não temos muito compromisso, eu não tenho condições de...” e antes que começasse a relembra-la do grande “pé-rapado” com quem estava namorando, Mari se entrega ao choro... Sem ar, sem força e sem namorado. “Diogo, some daqui. Desaparece! – expulsa o pai biológico do feto sem pai”
“Você não imagina como eu estou, Marisa, tenta entender, você conhece meus pais, eles vão me matar! – alega em autodefesa.” Mas cá pra nós, essa mistura de sentimentos, destrutivos, mudam os seres humanos, e o “fofinho do Diogo” se transforma, naturalmente, no “bundão do Diogo” e a “santinha da Marisa” encarna, rapidamente, o papel de “super mãe”. E tudo que viesse da boca do Diogo, que não tivesse relação com as seguintes palavras: vou, te, ajudar, nessa, bronca, que, nos, metemos, juntos... Marisa estava rejeitando.
“Quem não imagina aqui é você, Diogo. Você é louco? Tenta me entender, vou ser bem clara: vou ter um filho seu, uma criança vai nascer...” E antes mesmo que pudesse filosofar o ciclo da vida, uma ideia insana invade a mente psicótica do Diogo, “É isso! Pronto! Já sei o que faremos, Mari meu amor... A criança não vai nascer... Se é que me entende.”
E por mais que tivesse entendido, Mari precisava ouvir e Diogo queria explicar, “Vamos abortar! – claro, curto e grosso” e o que a igreja de Mari sempre empurrou “guela-a-baixo”, parecia uma possibilidade, e todas as fotos de fetos deformados, ensanguentados e abandonados, que Diogo compartilhou em seu facebook, já começava a fazer parte de um, incontrolável, desejo. “Aborto? – Mari indaga, sem reação alguma.”
Ambos, se sentaram no sofá, respiraram juntos, trocaram olhares e carinhos, enquanto Diogo tentava convence-la com um olhar de “é, ninguém vai saber”, e Mari, pensava mil coisas ao mesmo tempo, retribuindo o olhar com algo do tipo “será?”.
Fazendo uma análise rápida, Mari, tentou projetar como seria a vida daquela criança. Um pai vagabundo, que abandonou os estudos, é operador de caixa do mercadinho Preço Bom, funcionário do seu próprio pai, um velho hipertenso que gasta fortunas com remédios, e economiza tanto, que a velha só pode fazer compras se for no mercadinho deles, e uma mãe que foi criada pelo padastro, porque o pai morreu cedo, a mãe morreu logo depois do segundo casamento, faz faculdade de administração, para possivelmente trabalhar no mercadinho Preço Bom, trabalha durante a tarde como manicure e pedicure, e pela parte da noite gasta todo seu sono, cuidando do velho babão e paralítico que seu padastro se tornou. Sinceramente? “Acho que, realmente, essa é a melhor saída. – concorda com o ex-futuro-papai-bundão.”
Mari, apesar de não parecer, sempre foi muito esperta, já tinha até preparado seu discurso, para quando contasse para sua melhor amiga, a única pessoa que saberia de toda história: e você, faria o que?!
Diogo se responsabilizou, prontamente, em pesquisar (no google), os modos e opções que nosso país, politicamente correto, oferece. E, para a felicidade de ambos, tudo se tornava mais “prático”, pelo fato da decisão ter sido precipitada. Mari, bloqueou completamente, todo e qualquer esboço de afeição pelo “erro”, como chamava, que estava em seu jovem útero. Diogo, não precisou tanto, sua masculinidade e preocupação de como seus pais reagiriam, já cortou qualquer vínculo que viesse a sentir.“Olha que beleza, Mari meu amor, a gente nem vai gastar tanto! Encontrei uma receita, no Yahoo Answers, que dizem que é in-fa-lí-vel! – comemora pela primeira vez, dentre as últimas duas horas...” E com uma necessidade, irreprimível, Mari pratica o sarcasmo com gosto “A gente? Não existe mais ‘a gente’, desde o momento que eu te expulsei dessa casa, Diogo. Você que 'não vai gastar tanto', depois desse aborto, vou te abortar também da minha vida...” Sobressai, obviamente, com classe.
Pena que essa atitude, tão bem calculada, surtiu efeito colateral, e da mesma mente que sai a hipótese de um aborto, também saiu a opção de esconder quais são os riscos, possíveis e prováveis, para a mãe, na prática do aborto. E, depois do ataque aos sinceros sentimentos do Diogo, o contra-ataque veio. “Vou comprar os ingredientes, Mari, e vou prepará-lo em forma de chá, para você tomar, pode ser? – dá incio ao contra-ataque.”
E o status do relacionamento de Diogo e Marisa, passou de “namorando” para “duelo mortal”. Mari, foi curtir seus últimos momentos como mamãe, tomando um longo e poderoso banho revitalizante, enquanto Diogo, no seu papel de pai, comprava ervas e venenos, no lugar de fraldas.
Na noite, daquele mesmo dia, Diogo se prontificou a preparar aquele chá-da-morte. Como mencionei, era a vez de Diogo contra atacar, e como bom, psicopata que demonstra ser, muda as dosagens indicadas no site, com intenção de, literalmente “matar dois coelhos com uma cajadada só”. Inconsequente. Vagabundo, bundão e inconsequente. Apesar de metido a psicopata, Diogo nunca planejou ver a ex-namorada morta. Era apenas uma necessidade, humana, de revanche. Vingança pura. “Mari meu am... Mari! Seu chá está pronto! – convida as vítimas para um atípico chá-da-tarde.”
Depois de horas no banho, preparando-se mentalmente para o tão desejado aborto, Marisa senta-se à ponta da mesa, olha para aquele estranho líquido, que nem de longe assemelha-se à um chá, e começa a inalar aquele odor estranho, que permutava com a fumaça, que exalava.“Não tinha outra receita menos fedorenta, não? Ou algo mais sólido, um remédio talvez? Só tem essa porcaria aqui? – esboça um novo ataque de sarcasmo” Diogo, com suas péssimas intenções com o líquido mortal, não daria chance ao acaso, “Toma logo isso Marisa! Vamos acabar com isso de uma vez por todas. – encoraja as vítimas.”
“ - Adoro essa música, vamos dançar? – Marisa.
- Deixa eu só dar mais um tapinha aqui, bem rapidinho. – Diogo.
- Tem certeza? Olha como estou bonita, amor. – Marisa.
- Assim eu não resisto! – Diogo.
- Ebaaaa! Vem, quero dançar muito. - Marisa.
- As coisas funcionam assim: eu faço o que você quer e você faz o que eu quero. – Diogo.
- Como assim? – Marisa.
- Dançar é o que você quer? – Diogo.
- Lógico! – Marisa.
- Então, depois da dança, você vai fazer o que eu quero, certo? – Diogo.
- Tá, tanto faz, a música vai acabar, vem! – Marisa.
“Marisa? Marisa? Você está me ouvindo? Mari?” Aquela sala era tão ríspida. “O que aconteceu? – primeiras palavras de Marisa” Todos da sala davam glória, pelas poucas palavras que ela balbuciou. Seu sogro “pão-duro” com um buquê de rosas em mãos, a velha mal humorada, com um sorriso de orelha à orelha, e Diogo derramando lágrimas e com um olhar meio que “você falou!!!!”. Não tinha como, Marisa, entender algo naquele momento... Mas com tempo, calma e apoio de psicólogos, tudo foi se esclarecendo.
Marisa teve um AVC, e uma intoxicação generalizada, com sequelas irreversíveis... Mas, para a felicidade, ou infelicidade, de todos, o bebê conseguiu sobreviver, fato que nenhum médico conseguiu explicar, nem se quer tentou...
O parto foi difícil, complicado e de risco, mas tudo ocorreu bem, Diogo sempre auxiliando e presente, foi o único que conseguiu pegar o bebê no colo, pois Mari perdeu alguns movimentos. Batizaram de Valentina. A linda menina, que adora gatinhos e tem os olhos da mãe com a boca do pai.
E mesmo que evitem conversar sobre o assunto, hoje, o casal que prefere ser chamado de “a gente”, convive com um remorso profundo. Onde nenhum dos dois é capaz de acusar um ao outro. E muito menos, Valentina, é capaz de entender porque sua "mamãe" não anda, ou porque ela vive a dizer que: “meu maior arrependimento, foi não te querer. Valentina!”
“Marisa? Marisa? Você está me ouvindo? Mari?” Aquela sala era tão ríspida. “O que aconteceu? – primeiras palavras de Marisa” Todos da sala davam glória, pelas poucas palavras que ela balbuciou. Seu sogro “pão-duro” com um buquê de rosas em mãos, a velha mal humorada, com um sorriso de orelha à orelha, e Diogo derramando lágrimas e com um olhar meio que “você falou!!!!”. Não tinha como, Marisa, entender algo naquele momento... Mas com tempo, calma e apoio de psicólogos, tudo foi se esclarecendo.
Marisa teve um AVC, e uma intoxicação generalizada, com sequelas irreversíveis... Mas, para a felicidade, ou infelicidade, de todos, o bebê conseguiu sobreviver, fato que nenhum médico conseguiu explicar, nem se quer tentou...
O parto foi difícil, complicado e de risco, mas tudo ocorreu bem, Diogo sempre auxiliando e presente, foi o único que conseguiu pegar o bebê no colo, pois Mari perdeu alguns movimentos. Batizaram de Valentina. A linda menina, que adora gatinhos e tem os olhos da mãe com a boca do pai.
E mesmo que evitem conversar sobre o assunto, hoje, o casal que prefere ser chamado de “a gente”, convive com um remorso profundo. Onde nenhum dos dois é capaz de acusar um ao outro. E muito menos, Valentina, é capaz de entender porque sua "mamãe" não anda, ou porque ela vive a dizer que: “meu maior arrependimento, foi não te querer. Valentina!”
Bem, vou primeiro falar o que achei e depois escrever outra coisa com sinceridade.
Gostei muito do texto. Tem quase tudo pra causar um grande impacto, mais do que ja causa.
O problema que eu tenho com esses textos é a saturação desses textos, que fica dificil de saber o que pode ser verdade e o que pode ser mentira, o que pra mim causa o sentimento mais do mesmo.
Mas deixo claro, que o texto nem de longe é ruim, mas deixo só minha humilde opinião, e continue a melhorar mais ainda a qualidade.